Nacionalismo Negro

Por volta do século XIX, inspirados no abolicionismo negro, no resgate da ancestralidade e
na busca pela definição de identidade, figuras como: Martin Delany, Marcus Garvey,
Malcolm X, Black Panthers Party, Nação do Islã, e etc, foram importantes para o movimento
do Nacionalismo Negro.
Há quem acredite que o multiculturalismo, ou seja, a pluralidade étnica e cultural, seja um
fator positivo e de enriquecimento na sociedade ao lidar com diferenças, como também, há
quem diga que a diversidade cultural e étnica muitas vezes é uma ameaça para a
identidade de alguma nação e, em alguns lugares, provoca desprezo e indiferença - Isso
depende da história de cada lugar - principalmente as com passado colonial.
Esse movimento teve a influência do Pan-Africanismo, teoria desenvolvida pelos indivíduos
na diáspora americana descendentes de africanos escravizados e pessoas nascidas na
África, a partir de meados do final do século XIX, como William Edward Burghardt Du Bois e
Marcus Mosiah Garvey e posteriormente levado para a arena política por africanos como
Kwame Nkrumah. No Brasil foi divulgada amplamente por Abdias Nascimento. Foi um
movimento político, filosófico e social que promove a defesa dos direitos do povo africano e
da unidade do continente africano no âmbito de um único Estado soberano, para todos os
africanos, tanto na África como em diáspora.
"Não há nenhuma conotação racista nessa unidade, que se baseia não em critérios
superficiais, como a cor da pele, mas na comunidade dos fatos históricos, na comunidade
da herança cultural e na identidade de destino em face do capitalismo, do imperialismo e do
colonialismo.", disse Abdias Nascimento em um pronunciamento em 1997.
O nacionalismo negro foi uma das reações de toda a marginalização do povo preto. Tinha
ideal revolucionário, anti-imperialista com o objetivo de emancipação e reafirmação da
identidade. Foram pequenos grupos de norte-americanos compostos somente de indivíduos
negros que acreditavam que a liberdade racial dependia exclusivamente dos próprios
negros e africanos. E que sua cultura e raça devem ser preservadas do genocídio causado
por homens brancos no poder, diferente de grupos supremacistas brancos, não
costumavam perseguir indivíduos de outras etnias. Aliás, surgiu a proposta de organização
dos Estados Unidos da África (United States of Africa), uma federação que reuniria 55
países soberanos da África, pois acreditavam que a raça negra seria explorada pelo
sistema do homem branco, enquanto não tivessem a sua própria pátria.